O Bichanos do Porto é um projecto de um grupo de amigas com uma paixão comum: gatos. Lidamos constantemente com situações de abandono e maus tratos e não conseguimos ignorar esta triste realidade. Como não somos associação nem temos espaço próprio, os gatinhos que recolhemos são acomodados nas nossas próprias casas. Por isso, tudo o que fazemos é fruto de esforços pessoais, a todos os níveis, bem como da boa vontade de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, vão colaborando com esta causa.
19/01/06
A Misha da minha preocupação
Estávamos no dia 26 de Janeiro de 2005. A noite era tão fria como nas noites dos últimos tempos. Eu e a Ana tínhamos acabado de chegar da estação dos comboios com uma transportadora e uma gata lá dentro. A Misha, então Julie, tinha ido para Lisboa juntamente com um gatinho que havia de ser seu 'irmão' - o Brad, mas não gostou da companhia e desatou a fazer uma série de asneiras, de tal maneira que a nova dona não aguentou a pressão e devolveu a gata ao Porto. Onde vamos por a gata? Pensámos nós. Eu sabia que a decisão de a levar para minha casa não era bem aceite, quer pelas gatas residentes, quer pelo humano mas decidi arriscar na mesma!
Lá ficou em casa com a condição de sair para um lar definitivo. Logo nesse fim de semana decidi deixá-la andar pela casa para ver como se relacionava com as outras gatas. A coisa até nem correu mal e eu comecei a querer ficar com ela. Mas pelos vistos só eu é que a queria. Foi uma batalha emocional muito dura: se por um lado eu queria ficar muito com ela, por outro a Misha começou a ambientar-se bem demais e a querer dominar. A Inca, a primeira gata da casa não dava tréguas e os desentendimentos estavam à vista...
Contra tudo e contra todos, lá consegui ficar com a gata. Os primeiros tempos foram muito dolorosos pois os comportamentos denunciavam que a paz da casa tinha acabado. Não desisti um único momento. O tempo foi o melhor conselheiro destas beldades de quatro patas. O tempo e a Hussi, uma linda gatinha amarela tigrada que eu acolhi em Maio de 2005 e que também já não saiu de casa. Hoje posso dizer com muito orgulho que as minhas gatas se dão todas bem e que a prova foi superada!
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4 comentários:
e assim lá ficou a linda Julia/Misha bem instalada numa casa definitiva. Valeu a pena. E eu ganhei uma transportadora novinha (obrigada!) por ter deixado aí a velhota em que vinha a Misha (e era para trazer o Brad, também!, mas a dona mudou de ideias, não foi?)
É o Brad lá ficou em Lisboa e parece estar muito bem. A Misha é que não se adaptou às novas condições e eu ganhei uma gata super meiga. Os progressos são tantos que ontem apanhei a Inca e a Misha a esfregarem narizes!
O nosso bichano mais novo, o Kiko, foi abandonado à porta aqui do prédio. Não teria mais de três, quatro meses. Acolhi-o também contra a vontade dos restantes residentes (quatro "bigodes" e um humano). Dois meses e meio depois, todos se dão lindamente... tirando as traquinices do catraio, que insiste em roer imensas coisas que não deve!
Beijinhos e um grande ronrom para a Misha.
Muito linda, parece a minha Boneca!
Fizeste muito bem, Sónia, nunca se deve desistir! Apesar de territoriais, de poderem não se dar bem uns com os outros nos primeiros tempos, todos os gatos acabam por se adaptar ou suportar a presença dos outros. A minha mãe tem 2 gatas que se odeiam de morte e que, finalmente, depois de quase 9 anos, estão finalmente a começar a entender-se.
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