Os gatos são animais que se reproduzem exponencialmente, daí que a importância do controlo da superpopulação destes seja um tema permanentemente em debate.
A alternativa à esterilização de animais felinos silvestres é o abate, sendo este aplicado em larga escala nos canis municipais do nosso país.
A alternativa à esterilização de animais felinos silvestres é o abate, sendo este aplicado em larga escala nos canis municipais do nosso país.
Uma gata pode ter mais do que uma ninhada por ano, e cada uma delas contará com a presença de em média 4 gatinhos. Cada um destes recém-nascidos, ao fim de seis meses está apto a acasalar. Isto significa que apenas uma gata pode, num ano, dar origem a uma colónia de uma centena de gatos!!!
A este facto, juntamos o inevitável dano ao nível da saúde de uma fêmea que leva a cabo uma série de gravidezes consecutivas.
Aqui podemos ter diferentes situações: ou a gata tem dono e estes terão de lidar com as crias acabadas de nascer, assim como as crias que resultarão destas quando atingirem a sua maturidade sexual, o que acabará por ser incomportável; ou a gata não tem dono e as suas crias serão geradas num ambiente hostil, onde algumas delas acabarão por morrer lentamente e em grande sofrimento, assim como a própria mãe.
Ninhada com coriza - 2 destes gatinhos cegaram completamente e os outros 2 cegaram de um olho.
Schoep - gatinho resgatado com prolapso rectal e em grande sofrimento.
Já foi operado, está bem e já foi adoptado.
Ónix - gatinha resgatada por nós gravemente doente e desnutrida.
Perdeu um dos olhos, mas recuperou a sua saúde e já foi adoptada.
No caso dos machos, para além de causarem a gravidez de gatas de rua e o nascimento de ninhadas indesejadas condenadas ao sofrimento (doenças, fome, sede, frio, atropelamentos, vítimas de maus tratos, abates em canis ou uma vida inteira enjaulados em canis sombrios,...), eles mesmos envolvem-se em lutas violentas, muitas vezes com consequências muito sérias, ou contraem e disseminam doenças contagiosas e potencialmente fatais para gatos sem cuidados veterinários, entre outras igualmente terríveis, que podem ser prevenidas com a esterilização.
Gato silvestre não esterilizado FIV+
A esterilização surge assim como o método de controlo de natalidade mais eficaz nesta população. Os métodos cirúrgicos mais comuns são a ovariohisterectomia nas fêmeas e a orquiectomia total nos machos que conduzem à infertilidade permanente destes animais. Nas fêmeas a ovariohisterectomia pode ser realizada tradicionalmente, pela linha média, pelo flanco ou laparascópica, seja qual for o método cirúrgico, é sempre segura e eficiente, desde que realizada por um cirurgião veterinário habilitado. A recuperação é tão rápida que a maior parte dos animais no dia seguinte já se encontram como se nada se tivesse passado.
A nossa Lusa era assim pequenina quando removeu o olho e foi esterilizada simultaneamente.
Existe um grande benefício decorrente da esterilização que é o de este se encontrar associado à prevenção de neoplasias testiculares, ovarianas e mamárias. Em países como os EUA em que existem campanhas de esterilização em grande escala, não se tem encontrado casos de piómetras em felinos.
Gata gestante com piometra - apenas um dos 4 fetos, milagrosamente, sobreviveu.
Nunca assuma a pílula como método contraceptivo para a sua gata, pois ela acarreta graves consequência para a saúde do seu animal, como infecções uterinas graves que podem conduzir à morte do animal. Não aconselhamos da mesma forma que ignore as manifestações de cio do seu animal isolando-o. As alterações hormonais decorrentes de um cio não consumado acarretam grande agitação e stress.
Gata com tumor mamário ulcerado - já tinha removido uma cadeia mamária, mas este tumor estava ramificado e não era possível remover. A falta de pelo que a gatinha apresenta era auto-infligida como reacção às dores que sentia.
Gata a quem foi removida a cadeira mamária devido à presença de quistos pré-cancerígenos.
Estes dois bebés foram resgatados da rua com graves infecções oculares e tratados posteriormente pelos Bichanos do Porto.
Àqueles que consideram a esterilização um acto contra-natura, pedimo-vos que reflictam por favor se todo o meio ambiente que transformamos não se tornou já anti-natural e se viver na rua é viver na natureza. Acham mesmo que situações como esta:
Ou esta (ver a história dramática neste post):
Não necessitam de ser alvo da intervenção humana???
É nosso dever ético minimizar o sofrimento que os actos de desequilíbrio na natureza causaram, é nosso dever ético agir em defesa daqueles que não se podem defender.
Achamos que as evidências falam por si e que uma boa dose de bom senso fará com que um bom dono possa tomar a melhor atitude face ao bem estar do seu animal, assim como em respeito com os demais que vivem nas ruas.
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