O Bichanos do Porto é um projecto de um grupo de amigas com uma paixão comum: gatos. Lidamos constantemente com situações de abandono e maus tratos e não conseguimos ignorar esta triste realidade. Como não somos associação nem temos espaço próprio, os gatinhos que recolhemos são acomodados nas nossas próprias casas. Por isso, tudo o que fazemos é fruto de esforços pessoais, a todos os níveis, bem como da boa vontade de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, vão colaborando com esta causa.

08/02/07

Cantinho Médico - Desordens alimentares felinas

Cá apresentamos, novamente, mais uma rubrica do Cantinho Médico. Tal como já foi referido, estes conselhos servem apenas para conhecer melhor alguns dos problemas que afligem os nossos amigos felinos, não substituindo o conselho veterinário.

Desordens Alimentares Felinas

Tal como acontece com os humanos, também os felídeos podem ter problemas alimentares. As desordens alimentares felinas (DAF) podem ser de natureza variada e cada animal reage de maneira diferente ao seu ambiente, fazendo com que o que é normal num gato não o seja para outro. Diferentes factores, como a ansiedade, tédio, dor ou doença, podem fazer com que um gato coma demais ou de menos.

COMPULSÕES ALIMENTARES

PICA
Alguns felídeos, em especial aqueles com ascendência oriental, desenvolvem um distúrbio alimentar compulsivo no qual mastigam e ingerem pequenos objectos não alimentares, como tecidos ou fio. A esta doença dá-se o nome de PICA e pode fazer com que o animal ingira 10 ou 15 objectos de uma só vez. Um gato com este tipo de problemática pode não apresentar quaisquer indícios de mal-estar até deixar de ter espaço para comida no estômago, necessitando de cirurgia para retirar os objectos estranhos.
Esta doença já foi associada à necessidade de atenção, frustração, ansiedade, e brincadeiras ou interacção social com outros animais ou com o dono. Se suspeita que o seu animal teve este comportamento, fale com o seu veterinário o mais brevemente possível e mantenha todos os objectos passíveis de serem consumidos indevidamente longe do seu amigo peludo.

MAMAR NA IDADE ADULTA
Esta forma de compulsão verifica-se bastante em gatos siameses, e pode ser colmatada dando-lhes mais fibra, como abóbora em lata ou alface fresca cortada. Adicione uma ou duas colheres de chá na sua alimentação diária. Outra solução é oferecer alface fora das refeições, caso o gato prefira.

COMER DEMAIS
Normalmente, um gato come o suficiente até estar saciado. Contudo, a indústria alimentar, com a sua comida de sabor mais intenso, pode fazer com que o animal coma demais. Além disso, os gatos também podem recorrer ao alimento como forma de consolo para o tédio; se for um gato de interior, este comportamento pode levar à obesidade, causando problemas de saúde grave e menor esperança de vida.
Caso o seu gato coma bastante mais do que a dose recomendada por especialistas e não engorde, sem que haja alguma razão justificável para isso (como o elevado esforço físico), o seu amiguinho pode estar doente. Consulte o seu veterinário.

PERDAS DE APETITE

Pode ser complicado determinar se um gato que come pouco possui uma DAF. Tal como sucede com as pessoas, o comportamento alimentar difere de felídeo para felídeo. Se um gato tiver comida à sua disposição, tenderá a alimentar-se 10 a 20 vezes ao dia, sendo normal que se aproxime da comida, a cheire e coma apenas uns grãozinhos: não confunda este comportamento com "esquisitice".
Um decréscimo no apetite do animal ou anorexia resultam, com frequência, de problemas médicos subjacentes. Contudo, outros factores também podem causar esta DAF, como a fraca qualidade do alimento, o sabor, ou a falta de "frescura" do mesmo. Problemas dentários, renais ou hepáticos, de tiróide ou cardíacos podem causar falta de interesse em comida.
Tenha em mente que alergias alimentares, a entrada de um novo animal na casa, ou mudanças grandes em/de casa podem causar stresse num gato e causar perda de apetite.

TRATAMENTO

Existe no mercado uma panóplia variada de medicamentos e alimentação destinada a tratar a maioria das DAF do seu animal de estimação. Familiarize-se com os ritmos normais do seu amiguinho e saiba qual o seu peso normativo. Caso verifique uma mudança agravada nos seus hábitos, consulte o veterinário.

(Fontes: http://www.folsomfelines.org/; The First Aid Companion For Dogs & Cats de Amy D. Shojai)

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