É fácil fazer festas a um gato.
É difícil conquistar um gato arisco e medroso ou ter um gato que se esconde atrás dum sofá ou dum armário.
É fácil ver um gatinho brincar e rir das suas piruetas e tolices.
É difícil quando um gatinho a brincar nos parte um bibelot ou estraga as nossas cortinas preferidas.
É fácil acariciar o pêlo macio e bem cheiroso dum gato limpo e bem tratado.
É difícil sentir o cheiro do caixote do gato.
É fácil ter um gato em casa à nossa espera.
É difícil (e muitas vezes caro) ter de levar um gato ao veterinário, por vezes com regularidade.
É fácil pôr comida e água ao gato e esperar que ele coma.
É difícil ter de alimentar um gato doente à seringa, ou experimentar várias rações até acertar com a certa para um gato esquisito.
É fácil dar petiscos ao gato.
É difícil dar-lhe comprimidos, dar-lhe o desparasitante ou as vacinas, ou medicação cara a um gato doente.
É fácil dar restos da nossa comida ao gato.
É difícil gastar dinheiro numa comida própria para ele e ter de a comprar com regularidade.
É fácil chegar a casa cansado depois dum dia de trabalho, sentar-se no sofá e ver televisão com o gato no colo.
É difícil chegar a casa cansado depois dum dia de trabalho e aperceber-se que tem de limpar o caixote do gato, ou que o gato vomitou no chão (ou no sofá, ou na cama) e que tem de limpar.
É fácil ir de férias ou de fim de semana e deixar o gato sozinho com comida e água.
É difícil levar o gato ou arranjar quem vá todos os dias fazer-lhe companhia.
É fácil (para muita gente) afogar gatinhos recém nascidos.
É difícil (e caro) esterilizar os animais.
É fácil tomar a decisão de ter um gato.
É difícil ter de decidir que a vida com qualidade de um animal chegou ao fim, devido a doença, e vê-lo partir.
É fácil ter o nosso amigo à nossa espera em casa.
É difícil lidar com a perda dum animal que foi nosso amigo durante muitos anos.
É fácil ver um animal na rua em apuros, olhar para o outro lado e passar adiante.
É difícil parar, recolher o animal e ajudá-lo.
É fácil ver um animal em apuros, passar adiante e avisar outros para que lá o vão recolher e ajudar, com consciência tranquila por já termos feito a nossa parte.
É difícil assumir que ajudar um animal também é nossa responsabilidade, e não apenas dos outros (que muitas vezes têm as mesmas dificuldades que nós).
É fácil recolher um animal e entregá-lo a alguém para que cuide dele.
É difícil assumir essa responsabilidade, gastar dinheiro e energia com o animal e cuidar dele como se fosse nosso.
É fácil desistir quando as coisas se tornam difíceis e colocar o gato na rua ou despachá-lo para outras pessoas.
É difícil assumir que as dificuldades fazem parte da relação com um animal e assumir essa relação até ao fim da sua vida.
Não pretendo que ninguém se assuste com este texto, ou ache que ter animais é sempre difícil, apenas que tomem consciência que as coisas nunca são apenas fáceis, mas às vezes são difíceis, e por vezes muito difíceis. Todas as decisões que envolvam animais devem ser tomadas com isso em mente, porque um animal é um ser vivo. Mas como já muita gente descobriu, quando algo é difícil, é muito mais compensador do que quando é muito fácil. E frequentemente o que é difícil ou caro é o mais acertado (como esterilizar os animais, para evitar ninhadas indesejadas, ou vacinar os animais para os manter saudáveis).
Também gostava de transmitir a mensagem de que ajudar animais pode ser feito por toda a gente. Todos temos dificuldades e constrangimentos, todos somos forçados a escolher, pois não temos capacidade para acudir a todas as situações. O que nós Bichanos do Porto fazemos não é de forma alguma extraordinário, simplesmente nós assumimos as dificuldades (e aqui não falamos delas) e cada uma só dá aquilo de que é capaz. Não é fraqueza nenhuma assumir que não temos capacidade para tudo e pedir ajuda, o que podemos e devemos evitar é a atitude de “sacudir a água do capote” e esperar que sejam os outros a fazer as coisas. Também não é fraqueza nenhuma assumir que não podemos fazer algo em determinada altura, desde que não culpemos os outros por não o poderem igualmente fazer.
E agora... vou limpar os caixotes. :))
É difícil conquistar um gato arisco e medroso ou ter um gato que se esconde atrás dum sofá ou dum armário.
É fácil ver um gatinho brincar e rir das suas piruetas e tolices.
É difícil quando um gatinho a brincar nos parte um bibelot ou estraga as nossas cortinas preferidas.
É fácil acariciar o pêlo macio e bem cheiroso dum gato limpo e bem tratado.
É difícil sentir o cheiro do caixote do gato.
É fácil ter um gato em casa à nossa espera.
É difícil (e muitas vezes caro) ter de levar um gato ao veterinário, por vezes com regularidade.
É fácil pôr comida e água ao gato e esperar que ele coma.
É difícil ter de alimentar um gato doente à seringa, ou experimentar várias rações até acertar com a certa para um gato esquisito.
É fácil dar petiscos ao gato.
É difícil dar-lhe comprimidos, dar-lhe o desparasitante ou as vacinas, ou medicação cara a um gato doente.
É fácil dar restos da nossa comida ao gato.
É difícil gastar dinheiro numa comida própria para ele e ter de a comprar com regularidade.
É fácil chegar a casa cansado depois dum dia de trabalho, sentar-se no sofá e ver televisão com o gato no colo.
É difícil chegar a casa cansado depois dum dia de trabalho e aperceber-se que tem de limpar o caixote do gato, ou que o gato vomitou no chão (ou no sofá, ou na cama) e que tem de limpar.
É fácil ir de férias ou de fim de semana e deixar o gato sozinho com comida e água.
É difícil levar o gato ou arranjar quem vá todos os dias fazer-lhe companhia.
É fácil (para muita gente) afogar gatinhos recém nascidos.
É difícil (e caro) esterilizar os animais.
É fácil tomar a decisão de ter um gato.
É difícil ter de decidir que a vida com qualidade de um animal chegou ao fim, devido a doença, e vê-lo partir.
É fácil ter o nosso amigo à nossa espera em casa.
É difícil lidar com a perda dum animal que foi nosso amigo durante muitos anos.
É fácil ver um animal na rua em apuros, olhar para o outro lado e passar adiante.
É difícil parar, recolher o animal e ajudá-lo.
É fácil ver um animal em apuros, passar adiante e avisar outros para que lá o vão recolher e ajudar, com consciência tranquila por já termos feito a nossa parte.
É difícil assumir que ajudar um animal também é nossa responsabilidade, e não apenas dos outros (que muitas vezes têm as mesmas dificuldades que nós).
É fácil recolher um animal e entregá-lo a alguém para que cuide dele.
É difícil assumir essa responsabilidade, gastar dinheiro e energia com o animal e cuidar dele como se fosse nosso.
É fácil desistir quando as coisas se tornam difíceis e colocar o gato na rua ou despachá-lo para outras pessoas.
É difícil assumir que as dificuldades fazem parte da relação com um animal e assumir essa relação até ao fim da sua vida.
Não pretendo que ninguém se assuste com este texto, ou ache que ter animais é sempre difícil, apenas que tomem consciência que as coisas nunca são apenas fáceis, mas às vezes são difíceis, e por vezes muito difíceis. Todas as decisões que envolvam animais devem ser tomadas com isso em mente, porque um animal é um ser vivo. Mas como já muita gente descobriu, quando algo é difícil, é muito mais compensador do que quando é muito fácil. E frequentemente o que é difícil ou caro é o mais acertado (como esterilizar os animais, para evitar ninhadas indesejadas, ou vacinar os animais para os manter saudáveis).
Também gostava de transmitir a mensagem de que ajudar animais pode ser feito por toda a gente. Todos temos dificuldades e constrangimentos, todos somos forçados a escolher, pois não temos capacidade para acudir a todas as situações. O que nós Bichanos do Porto fazemos não é de forma alguma extraordinário, simplesmente nós assumimos as dificuldades (e aqui não falamos delas) e cada uma só dá aquilo de que é capaz. Não é fraqueza nenhuma assumir que não temos capacidade para tudo e pedir ajuda, o que podemos e devemos evitar é a atitude de “sacudir a água do capote” e esperar que sejam os outros a fazer as coisas. Também não é fraqueza nenhuma assumir que não podemos fazer algo em determinada altura, desde que não culpemos os outros por não o poderem igualmente fazer.
E agora... vou limpar os caixotes. :))
10 comentários:
Muito bem dito!!!!!
Para ti, uma vénia virtual ;-)
Eu não diria melhor =)
P.S.- e agora que acabei de tratar da filhota e dos gatos vou jantar =P
Este texto deixou-me a pensar muito. Já que tenho pensado muito em algumas questões que aqui expõe. E a conclusão que eu chego, é simplesmente esta: não tenho feito nada para vos ajudar, e sinto-me impotente para o fazer. E porquê? Porque infelizmente tudo o que se trata de ajudar um gatinho em dificuldades, envolve dinheiro, e por vezes muito dinheiro. Eu não precisava de dizer que sou uma pessoa com imensas dificuldades monetárias, e tive que me expor a isso com muita mágoa para cuidar de um gatinho que acolhi da rua. Sinto orgulho de o ter acolhido, mas sinto e senti quase que "vergonha" de expor que nem dinheiro tinha para me deslocar. Só espero a compensação final que julgo se irá concretizar, de que aquele pequenino venha a ser muito feliz, já que me sinto responsável por não o ter logo adormecido, e antes disso dar-lhe uma oportunidade, que todos nós temos por direito, a de viver.
:) Pois é assim mesmo! E ontem, quando fui limpar a liteira à 1h da manhã também não foi fácil. Mas as melhores coisas da vida não são grauítas, e muitas vezes é necessário lutar contra os "contras" para melhor ver os "prós".
Parabéns pelo vosso trabalho.
bjs
Raquel
as melhores coisas da vida não são grauítas desculpe a observação, mas não concordo com isto, porque as melhores coisas da vida não se compram....
Sem palavras!!! Foi precisamente este estado de espírito que me fez devorar o vosso blog e oferecer a minha ajuda. Já sabem, ando por cá para o que for preciso ;)
Kuska, é a isso precisamente que eu me refiro! Pediu-nos ajuda mas não tentou "sacudir a água do capote". Não tem mal nenhum pedir ajuda e assumir que não temos capacidade para tudo (nós fazemo-lo...). Quantas vezes temos de deixar coisas por fazer por não termos capacidade para mais...
Para mim ter animais é um pouco como ter filhos ou casar (salvaguardadas as devidas distâncias, obviamente), pois é um compromisso para a vida, mesmo sendo para a vida do animal, por ser apenas uma fracção da nossa. E temos de saber esperar o difícil junto com o fácil, como em tudo.
Já agora, espero que o gatinho fique bom! :))
Kuska, referia-me gratuítas em questão de esforço, não de uma forma material... Claro que não se compram!
Um texto mto bonito, sensato, profundo e com utilidade. Tens toda a razão: ter um animal é assumir um compromisso para toda a vida que nos dá inúmeras alegrias, mas que tb nos custa mto dinheiro (eu que o diga, tenho perto de 20, fora os que vem de passagem).
Vou tomar a liberdade de copiar o teu texto para o Blog dos Bichos (http://blogdosbichos.blogs.sapo.pt)
Jinhos***
é fácil fazer tudo isso.
é difícil viver.
Enviar um comentário